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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Faz falta?

De todas as coisas que perdemos ao crescer, é certamente muito difícil dizer qual a que mais faz falta. Estive pensando e cheguei a conclusão de aquilo que me faz mais falta é a confiança e o amor de verdade, aquele bonito e puro sabe, o de amigos principalmente. Quando você é criança amor e confiança lhe parecem tão óbvios que por muito tempo é difícil acreditar no contrario, você simplesmente ama e acredita nos seu amigos, independente da roupa deles, dos gostos, das posses e dos benefícios que o relacionamento pode te trazer ou não. A única coisa que você espera é que eles também te amem e estejam disponíveis pra brincar com você e sentar do seu lado na aula. Só isso. Era tudo tão simples que o máximo que você iria pedir era o lápis de cor dele emprestado, e se ele dissesse que mãe dele disse pra não emprestar você o entenderia porque se lembraria de que as mães sempre tem razão. Acho que disso que é o que sinto mais falta sabe, desse amor incondicional, daquela vontade que tinha de estar com as pessoas só porque as amava de verdade, de estar sempre lá quando precisassem, de tratar alguns amigos como irmãos ao ponto de quando ver que estão fazendo coisas que não são boas pra eles ficar brava, bater e pé o no chão e falar que não pode, enfim, fazer e ser pra quem você mais gosta o que você gostaria que eles fossem pra você. Coisas que seriam obvias porque afinal, você os ama não é? E só quer o bem deles mesmo?
Acho muito triste o fato de hoje esse sentimento ser muito escasso, mesmo nas crianças, e ver com os nossos valores se invertem com o passar do tempo. Claro que é bom crescer, mudar, evoluir, mais será que precisávamos deixar tudo aquilo que era tão bom de lado? Não sei. Será que sou a única que me sinto muito mal quando veja pessoas que amo fazendo algo que por razões obvias (não porque eu acho, nem porque a mamãe falou) vão dar , em português bem claro, vão dar em merda?
È uma pena, mais acho que isso nem me surpreende mais, porque nesses últimos tempos todos esses sentimentos bons do mais verdadeiro amor, de consideração e preocupação, foram tão desprezados e esquecidos por aqueles que eu ainda amava e tentava ter sempre comigo, que já não sei mais se eles existem realmente, e me vejo , com muito pesar, obrigada a dizer que cresci, mudei e faço parte agora dessa geração do curto e simples foda-se.

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